Taxa de desemprego cai para 5,4%, a menor desde 2012
O Brasil atingiu no trimestre encerrado em outubro a taxa de desemprego de 5,4%. É o menor índice registrado pela série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012. O período de três meses terminou também com recorde no número de pessoas com carteira assinada e no rendimento médio do trabalhador. Notícias relacionadas:Brasil cria 85 mil empregos com carteira assinada em outubro.Dez estados e o DF têm menor desemprego registrado desde 2012.Brasileiros acreditam que economia verde trará novos empregos.Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada nesta sexta-feira (28). Destaques da pesquisa: - Desemprego no trimestre terminado em outubro caiu para 5,4%. No trimestre móvel anterior, terminado em setembro, era de 5,6%. No trimestre terminado em outubro de 2024, a taxa era 6,2%. A maior taxa já anotada foi de 14,9%, atingida em dois períodos: nos trimestres móveis encerrados em setembro de 2020 e em março de 2021, ambos durante a pandemia de covid-19. - O número de desocupados atingiu 5,910 milhões, menor contingente da série histórica. Esse total de pessoas representa queda de 11,8% (menos 788 mil pessoas procurando emprego) em relação ao mesmo trimestre de 2024. Já o total de ocupados ficou em 102,5 milhões, patamar recorde. - O total de ocupados com carteira assinada chegou a 39,182 milhões, outro recorde da pesquisa. - Massa salarial: o aumento do rendimento e o crescente número de ocupados fez com que a massa de rendimento, o total de renda dos trabalhadores, atingisse o recorde de R$ 357,3 bilhões, representando expansão de 5% em um ano. Juro alto e renda na máxima A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, destaca que a massa de rendimentos funciona como um estímulo na economia, de forma a ser um contraponto aos juros altos, que encarecem o crédito e tendem a esfriar a economia. "Ter essa massa em patamares elevados influencia o consumo", diz. A taxa básica de juros, a Selic, está em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. É um esforço do Banco Central (BC) para conter a inflação, que está há 13 meses acima da meta do governo, de 4,5% no máximo. Setores Dos dez grupamentos de atividade pesquisados pelo IBGE, dois aumentaram a ocupação: construção (2,6%, ou mais 192 mil pessoas) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,3%, ou mais 252 mil pessoas). O único com redução foi o classificado como “outros serviços” (2,8%, ou menos 156 mil pessoas). Mercado de trabalho A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo. Pelos critérios do instituto, só é considerada desocupada a pessoa que efetivamente procurou uma vaga 30 dias antes da pesquisa. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal. Informalidade e recorde da previdência No trimestre encerrado em outubro, a taxa de informalidade, ou seja, proporção de pessoas da população ocupada sem direitos trabalhistas, foi de 37,8%, o que significa 38,7 milhões de trabalhadores informais. É o mesmo patamar do trimestre encerrado em julho e móvel anterior e abaixo dos 38,9% do trimestre encerrado em outubro de 2024. A pesquisa do IBGE revela que o número de trabalhadores que contribuíram para institutos de previdência foi recorde. No trimestre encerrado em outubro alcançou 67,8 milhões de pessoas. Em termos proporcionais, isso representa que 66,1% dos ocupados contribuíram para a aposentadoria, igualando o recorde atingido no trimestre encerrado em janeiro de 2016. "Isso está muito associado à retração maior da informalidade. Normalmente os informais são os mais afastados da cobertura previdenciária", diz Adriana Beringuy. Caged A Pnad foi divulgada no dia seguinte a outro indicador de comportamento do mercado de trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e que acompanha apenas o cenário de empregados com carteira assinada. De acordo com o Caged, outubro apresentou saldo positivo de 85,1 mil vagas formais. Em 12 meses, o balanço é positivo em 1,35 milhão de postos com carteira assinada. * Matéria alterada às 11h16 para atualização.
O Brasil atingiu no trimestre encerrado em outubro a taxa de desemprego de 5,4%. É o menor índice registrado pela série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012.

O período de três meses terminou também com recorde no número de pessoas com carteira assinada e no rendimento médio do trabalhador.
Notícias relacionadas:
- Brasil cria 85 mil empregos com carteira assinada em outubro.
- Dez estados e o DF têm menor desemprego registrado desde 2012.
- Brasileiros acreditam que economia verde trará novos empregos.
Destaques da pesquisa:
- Desemprego no trimestre terminado em outubro caiu para 5,4%. No trimestre móvel anterior, terminado em setembro, era de 5,6%. No trimestre terminado em outubro de 2024, a taxa era 6,2%.
A maior taxa já anotada foi de 14,9%, atingida em dois períodos: nos trimestres móveis encerrados em setembro de 2020 e em março de 2021, ambos durante a pandemia de covid-19.
- O número de desocupados atingiu 5,910 milhões, menor contingente da série histórica. Esse total de pessoas representa queda de 11,8% (menos 788 mil pessoas procurando emprego) em relação ao mesmo trimestre de 2024. Já o total de ocupados ficou em 102,5 milhões, patamar recorde.
- O total de ocupados com carteira assinada chegou a 39,182 milhões, outro recorde da pesquisa.
- Massa salarial: o aumento do rendimento e o crescente número de ocupados fez com que a massa de rendimento, o total de renda dos trabalhadores, atingisse o recorde de R$ 357,3 bilhões, representando expansão de 5% em um ano.
Juro alto e renda na máxima
A coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, destaca que a massa de rendimentos funciona como um estímulo na economia, de forma a ser um contraponto aos juros altos, que encarecem o crédito e tendem a esfriar a economia.
"Ter essa massa em patamares elevados influencia o consumo", diz.
A taxa básica de juros, a Selic, está em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. É um esforço do Banco Central (BC) para conter a inflação, que está há 13 meses acima da meta do governo, de 4,5% no máximo.
Setores
Dos dez grupamentos de atividade pesquisados pelo IBGE, dois aumentaram a ocupação: construção (2,6%, ou mais 192 mil pessoas) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,3%, ou mais 252 mil pessoas). O único com redução foi o classificado como “outros serviços” (2,8%, ou menos 156 mil pessoas).
Mercado de trabalho
A pesquisa do IBGE apura o comportamento no mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais e leva em conta todas as formas de ocupação, seja com ou sem carteira assinada, temporário e por conta própria, por exemplo.
Pelos critérios do instituto, só é considerada desocupada a pessoa que efetivamente procurou uma vaga 30 dias antes da pesquisa. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.
Informalidade e recorde da previdência
No trimestre encerrado em outubro, a taxa de informalidade, ou seja, proporção de pessoas da população ocupada sem direitos trabalhistas, foi de 37,8%, o que significa 38,7 milhões de trabalhadores informais. É o mesmo patamar do trimestre encerrado em julho e móvel anterior e abaixo dos 38,9% do trimestre encerrado em outubro de 2024.
A pesquisa do IBGE revela que o número de trabalhadores que contribuíram para institutos de previdência foi recorde. No trimestre encerrado em outubro alcançou 67,8 milhões de pessoas.
Em termos proporcionais, isso representa que 66,1% dos ocupados contribuíram para a aposentadoria, igualando o recorde atingido no trimestre encerrado em janeiro de 2016.
"Isso está muito associado à retração maior da informalidade. Normalmente os informais são os mais afastados da cobertura previdenciária", diz Adriana Beringuy.
Caged
A Pnad foi divulgada no dia seguinte a outro indicador de comportamento do mercado de trabalho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e que acompanha apenas o cenário de empregados com carteira assinada.
De acordo com o Caged, outubro apresentou saldo positivo de 85,1 mil vagas formais. Em 12 meses, o balanço é positivo em 1,35 milhão de postos com carteira assinada.
* Matéria alterada às 11h16 para atualização.



