Em quatro meses, DF registrou mais de 800 ocorrências de violência em escolas públicas

Média é de 7 chamados por dia. Segundo Polícia Civil, principais ocorrências são por ameaça e furto. Fachada Escola Classe 8, no Guará II, no DF TV Globo/Reprodução Em quatro meses, o Distrito Federal registrou 862 ocorrências de violência em escolas públicas. Os dados se referem a chamados feitos entre janeiro e abril deste ano e revelam uma média de 7 registros por dia. Por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a Polícia Civil informou à TV Globo que as principais ocorrências em 2023 são: Ameaça: 14,6% Furtos: 12,7% Além disso, há casos de agressão física envolvendo alunos e professores. Neste ano foram 8 ocorrências e, no ano passado, 21 casos (saiba mais abaixo). Para frear a escalada de violência em ambiente escolar, há um ano a Secretaria de Educação lançou o projeto Paz Nas Escolas. Segundo Tony Marcelo, coordenador do programa, é possível perceber que "mais que um problema de segurança, os números mostram um problema social". "Vimos que os casos de violência para uma escola do Guará eram diferentes de uma escola do Núcleo Bandeirante [regiões próximas]. Isso exigiu busca por parceria e debate nas escolas para resolver o problema (...) Então, nós passamos a oferecer às escolas programas, projetos e ações ligados à mediação de conflito, comunicação não violenta e competências socioemocionais", diz Tony Marcelo. Maioria dos casos de violência ocorrem no turno da tarde Briga entre alunas de Ceilândia Sul, no DF TV Globo/Reprodução A professora e especialista em educação Flávia Vivaldi explica que é importante que o poder público estude as estatísticas para que possa pensar em políticas educacionais direcionadas. Os dados mostram, por exemplo, que o turno da tarde concentra a maioria dos casos de violência. "Esse tipo de registro acaba por pressionar aquilo que gente tem lutado muito que é: colocar a convivência escolar como pauta de políticas públicas. Não adianta as politicas públicas de educação do país olharem sempre para as questões de aprendizagem e acadêmicas. A gente precisa, de fato, garantir que o ambiente escolar seja favorável e promotor de desenvolvimento", diz a professora. Violência nas escolas Veja casos de violência nas escolas públicas do DF, em 2022: 18 de março: Centro de Ensino Médio 3, Ceilândia Estudante,de 17 anos, esfaqueado no CEM 3 de Ceilândia, no DF Um estudante, de 17 anos, foi esfaqueado na barriga durante uma briga no Centro de Ensino Médio 3, de Ceilândia, no dia 18 de março. A confusão começou do lado de fora do colégio. Depois de ser esfaqueado, o aluno correu pra dentro da escola e pediu ajuda. Câmeras de segurança registraram a briga. Imagens gravadas pelos colegas mostraram ele no corredor, já no chão (veja vídeo acima). Policiais militares disseram que a confusão começou porque um dos estudantes "saiu em defesa de meninas que teriam sido tratadas com desrespeito pelo agressor". 22 de março: CED 01, Paranoá Vídeo mostra briga entre estudantes do CED1 do Paranoá, no DF No Centro Educacional 1 do Paranoá (CED 1), um grupo de estudantes foi flagrado brigando na porta da escola, no dia 22 de março. Nas imagens, feitas por colegas, é possível ver que os alunos trocaram socos (assista acima). Um adolescente foi espancado, mesmo depois de cair no chão. Três jovens aparecem dando chutes e socos no estudante. A Polícia Militar do DF disse que não foi chamada para a ocorrência. 22 de março: Centro Educacional São Francisco (CED Chicão), São Sebastião Jovem aponta arma para cabeça de aluna durante briga em porta de escola, no DF Uma jovem apontou uma arma para a cabeça de uma aluna, durante uma briga em frente ao Centro Educacional São Francisco, o CED Chicão, em São Sebastião, no Distrito Federal. As cenas foram gravadas e publicadas em redes sociais (assista acima). Os vídeos mostram que as duas envolvidas discutiam, enquanto várias pessoas assistiam. Uma delas abriu a bolsa, puxou uma arma, e apontou para a cabeça da estudante, que recuou. Após alguns segundos, ela voltou a guardar o revólver na bolsa. 23 de março: Centro de Ensino Fundamental do Bosque, São Sebastião Uma adolescente, de 14 anos, foi esfaqueada no Centro de Ensino Fundamental do Bosque, em São Sebastião. Segundo a Polícia Militar, o agressor é um jovem de 15 anos. Testemunhas disseram que o suspeito carregava a faca na mochila e que, durante a aula de educação física, atacou a vítima. A adolescente foi atendida pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF), e precisou ser levada para o Hospital Regional do Paranoá. De acordo com a Polícia Militar do DF, o agressor foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente I (DCA I), na Asa Norte. 11 de maio: Centro de Ensino Médio 12, Ceilândia Alunas trocam tapas e puxões de cabelo em escola pública de Ceilândia, no DF Alunas do Centro de Ensino Médio 12 foram flagradas brigando no pátio do colégio (veja vídeo acima). Durante a confusão, uma outra aluna e uma mulher chegaram e começaram a puxar o cabelo de uma das meninas. Em nota, a Secretaria de Edu

Em quatro meses, DF registrou mais de 800 ocorrências de violência em escolas públicas

Média é de 7 chamados por dia. Segundo Polícia Civil, principais ocorrências são por ameaça e furto. Fachada Escola Classe 8, no Guará II, no DF TV Globo/Reprodução Em quatro meses, o Distrito Federal registrou 862 ocorrências de violência em escolas públicas. Os dados se referem a chamados feitos entre janeiro e abril deste ano e revelam uma média de 7 registros por dia. Por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), a Polícia Civil informou à TV Globo que as principais ocorrências em 2023 são: Ameaça: 14,6% Furtos: 12,7% Além disso, há casos de agressão física envolvendo alunos e professores. Neste ano foram 8 ocorrências e, no ano passado, 21 casos (saiba mais abaixo). Para frear a escalada de violência em ambiente escolar, há um ano a Secretaria de Educação lançou o projeto Paz Nas Escolas. Segundo Tony Marcelo, coordenador do programa, é possível perceber que "mais que um problema de segurança, os números mostram um problema social". "Vimos que os casos de violência para uma escola do Guará eram diferentes de uma escola do Núcleo Bandeirante [regiões próximas]. Isso exigiu busca por parceria e debate nas escolas para resolver o problema (...) Então, nós passamos a oferecer às escolas programas, projetos e ações ligados à mediação de conflito, comunicação não violenta e competências socioemocionais", diz Tony Marcelo. Maioria dos casos de violência ocorrem no turno da tarde Briga entre alunas de Ceilândia Sul, no DF TV Globo/Reprodução A professora e especialista em educação Flávia Vivaldi explica que é importante que o poder público estude as estatísticas para que possa pensar em políticas educacionais direcionadas. Os dados mostram, por exemplo, que o turno da tarde concentra a maioria dos casos de violência. "Esse tipo de registro acaba por pressionar aquilo que gente tem lutado muito que é: colocar a convivência escolar como pauta de políticas públicas. Não adianta as politicas públicas de educação do país olharem sempre para as questões de aprendizagem e acadêmicas. A gente precisa, de fato, garantir que o ambiente escolar seja favorável e promotor de desenvolvimento", diz a professora. Violência nas escolas Veja casos de violência nas escolas públicas do DF, em 2022: 18 de março: Centro de Ensino Médio 3, Ceilândia Estudante,de 17 anos, esfaqueado no CEM 3 de Ceilândia, no DF Um estudante, de 17 anos, foi esfaqueado na barriga durante uma briga no Centro de Ensino Médio 3, de Ceilândia, no dia 18 de março. A confusão começou do lado de fora do colégio. Depois de ser esfaqueado, o aluno correu pra dentro da escola e pediu ajuda. Câmeras de segurança registraram a briga. Imagens gravadas pelos colegas mostraram ele no corredor, já no chão (veja vídeo acima). Policiais militares disseram que a confusão começou porque um dos estudantes "saiu em defesa de meninas que teriam sido tratadas com desrespeito pelo agressor". 22 de março: CED 01, Paranoá Vídeo mostra briga entre estudantes do CED1 do Paranoá, no DF No Centro Educacional 1 do Paranoá (CED 1), um grupo de estudantes foi flagrado brigando na porta da escola, no dia 22 de março. Nas imagens, feitas por colegas, é possível ver que os alunos trocaram socos (assista acima). Um adolescente foi espancado, mesmo depois de cair no chão. Três jovens aparecem dando chutes e socos no estudante. A Polícia Militar do DF disse que não foi chamada para a ocorrência. 22 de março: Centro Educacional São Francisco (CED Chicão), São Sebastião Jovem aponta arma para cabeça de aluna durante briga em porta de escola, no DF Uma jovem apontou uma arma para a cabeça de uma aluna, durante uma briga em frente ao Centro Educacional São Francisco, o CED Chicão, em São Sebastião, no Distrito Federal. As cenas foram gravadas e publicadas em redes sociais (assista acima). Os vídeos mostram que as duas envolvidas discutiam, enquanto várias pessoas assistiam. Uma delas abriu a bolsa, puxou uma arma, e apontou para a cabeça da estudante, que recuou. Após alguns segundos, ela voltou a guardar o revólver na bolsa. 23 de março: Centro de Ensino Fundamental do Bosque, São Sebastião Uma adolescente, de 14 anos, foi esfaqueada no Centro de Ensino Fundamental do Bosque, em São Sebastião. Segundo a Polícia Militar, o agressor é um jovem de 15 anos. Testemunhas disseram que o suspeito carregava a faca na mochila e que, durante a aula de educação física, atacou a vítima. A adolescente foi atendida pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF), e precisou ser levada para o Hospital Regional do Paranoá. De acordo com a Polícia Militar do DF, o agressor foi encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente I (DCA I), na Asa Norte. 11 de maio: Centro de Ensino Médio 12, Ceilândia Alunas trocam tapas e puxões de cabelo em escola pública de Ceilândia, no DF Alunas do Centro de Ensino Médio 12 foram flagradas brigando no pátio do colégio (veja vídeo acima). Durante a confusão, uma outra aluna e uma mulher chegaram e começaram a puxar o cabelo de uma das meninas. Em nota, a Secretaria de Educação informou que a mulher que aparece no vídeo é avó de uma das meninas. Segundo a pasta, as três alunas envolvidas serão transferidas da instituição de ensino, com o consentimento dos responsáveis. A secretaria afirma ainda que escola não conseguiu contato com a a avó da estudante que se envolveu na briga. 28 de junho: Centro de Ensino Fundamental 405, Recanto das Emas Dois estudantes ficaram feridos depois de levarem facadas, durante uma briga em uma escola pública do Recanto das Emas. Durante a confusão, um terceiro aluno atingiu a dupla com uma faca. Segundo o Corpo de Bombeiros do DF, os cortes foram superficiais. Um dos estudantes teve um corte na mão e o outro, nas costas. A Secretaria de Educação informou que quatro alunos estavam envolvidos na briga e que o Batalhão Escolar foi acionado para prestar apoio. De acordo com a pasta, a direção da escola vai entrar em contato com os responsáveis dos estudantes "para debater o ocorrido e tomar as medidas cabíveis". 2 de agosto: Centro Educacional 7, em Ceilândia VÍDEO mostra briga generalizada entre alunas de escola, em Ceilândia, no DF Alunas trocam tapas, puxões de cabelo e empurrões em briga generalizada. A confusão ocorreu do lado de fora e em local distante da escola. Vídeos gravados por pessoas que estavam no local mostram as agressões (assista acima). As imagens flagraram o momento em que estudantes andavam por uma rua. De repente, teve início a briga entre várias jovens. Elas trocaram tapas, empurrões e puxões de cabelo, enquanto outros incentivavam a confusão. Em seguida, colegas tentaram separar a briga. Algumas estudantes voltaram a se agredir, mas logo se dispersaram. A Secretaria de Educação do DF informou que "a equipe gestora entrou em contato com os responsáveis dos estudantes que puderam ser identificados" e que promove "ações em prol cultura de paz continuamente para conscientização dos estudantes". ???? Participe da comunidade do g1 DF no WhatsApp e receba as notícias no celular. Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.